Belo Horizonte tem riqueza histórica, natureza abundante, sem falar na saborosa culinária

Belo Horizonte (MG) – Considerada por alguns como a cidade que oferece a melhor qualidade de vida da América Latina, com 32 m2 de área verde por habitante, Belo Horizonte é calma e organizada, diferentemente do caos urbano que é, às vezes, São Paulo, e mesmo o Rio de Janeiro. Fundada em 1897, nas primeiras horas da República, a capital das Minas Gerais, planejada, limpa e bem policiada, exibe sua modernidade em vários pontos da cidade.

Belos jardins e fontes destacam-se na Praça da Liberdade, no Centro, que ainda é rodeada pelo Palácio da Liberdade, sede do governo do estado, e abriga o Edifício Niemeyer
As jóias da arquitetura modernista, projetadas por Oscar Niemeyer, são um excelente exemplo disso, e um contraste interessante e agradável com as cidades barrocas do estado. Belo Horizonte é quase uma cidade de passagem, mas os que por ali passam e se detém, ficam agradavelmente surpresos com o que a cidade tem a oferecer em termos de cultura e gastronomia. BH, para os íntimos, tem ainda excelente vida noturna, sendo considerada a cidade brasileira com maior número de bares por habitante. Além de tudo isso, ainda pode se orgulhar de sua mais simpática característica: a hospitalidade do seu povo.
UM POUCO DE HISTÓRIA

Belo Horizonte surgiu do antigo sonho, desde o tempo da Inconfidência, de mudar a capital do estado, antiga Vila Rica (atual Ouro Preto), num local mais moderno e condizente com a grandeza do estado. Após longos debates no Congresso Mineiro, decidiu-se, em 1893, construir a capital do Estado de Minas Gerais na região do Curral Del Rei, já habitada desde o início do século XVIII. A capital, inicialmente chamada de ‘Cidade de Minas’, foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897.
O QUE FAZER E VER
MUSEU DE ARTES E OFÍCIOS. Pça Rui Barbosa. Tel.: (31) 3248-8600. Ter, qui e sex, 12h/19h; qua, 12h/21h; sáb, dom e feriados, 11h/17h. R$ 4 e R$ 2. (qua, 17h/ 21h e sáb: entrada gratuita para todos). Inaugurado em 2006, o museu, primeiro do gênero no Brasil, ocupa uma parte da Estação Ferroviária (1924), elegante estação central de Belo Horizonte, ainda em funcionamento. O museu convida a uma impressionante imersão no mundo pré-industrial. São 2.200 peças e utensílios de diversas profissões brasileiras desde o séc. XVIII (cerâmica, carpintaria, ourivesaria…).

PARQUE MUNICIPAL. Av. Afonso Pena. Tel.: (31) 3277-4467. Ter a dom, 6h/18h. Tão antigo quanto a cidade, o Parque Municipal é um dos maiores parques de Belo Horizonte e é bastante freqüentado. Tem um orquidário, jardins e lago. Na entrada do parque está o Palácio das Artes, principal centro cultural da cidade, com teatro, cinema, galerias de arte e cafeteria.

MERCADO CENTRAL. Av. Augusto de Lima 744. Tel.: (31) 3274-9434. Seg a sab, 7h/18; dom, 7h/13h. O mercado ocupa um prédio de 1929. Tem galinha, aquário, papagaio, cestaria, artesanato, flores, queijos, cachaças, carnes, legumes, plantas medicinais e etc. O ambiente é animado e perfumado. Aproveite para almoçar por lá.

PRAÇA DA LIBERDADE. Com seus belos jardins e fontes, a praça constitui o centro administrativo da cidade. Ao redor, fica o Palácio da Liberdade, sede do governo do estado. Sua decoração lembra algumas edificações francesas. A praça abriga também o Edifício Niemeyer (1954), com seu famoso desenho que parece uma ameba e é conhecido como o Copan de BH. Aos domingos, a praça fica bastante animada quando tem shows de música.

MUSEU DE HISTÓRIA NATURAL E JARDIM BOTÂNICO. Rua Gustavo da Silveira 1035, Santa Inês. Tel.: (31) 3482-9723. R$ 3. Ter a sex, 8h/11h30 e 13h/16h; sáb e dom, 10h/16h. O museu tem um acervo formado por coleções de mineralogia, arqueologia, botânica e paleontologia. Visite também o Jardim Botânico, suas estufas, sementeiras e horto.

MUSEU HISTÓRICO ABÍLIO BARRETO. Av. Prudente de Morais 202, Cidade Jardim. Tel.: (31) 3277 -8573. Ter a dom, 10h/17h; qui, 10h/20h. Possui um pequeno acervo com coleções de pinturas, esculturas, artes decorativas, fotos e objetos do séc. XIX. O anexo acolhe exposições temporárias e uma interessante apresentação, com fotos e mapas, da história da cidade. O coração do museu, a Fazenda do Leitão (1883), de arquitetura típica das fazendas coloniais das Minas Gerais, abriga diversos objetos de época (arte sacra, uniformes, armas). No jardim estão expostos um antigo bonde e uma locomotiva à vapor, utilizada na época da fundação de Belo Horizonte.
PAMPULHA
Fica a 12 km ao norte do centro de Belo Horizonte. É melhor ir de carro ou de táxi para visitar os diferentes locais. A lagoa artificial de Pampulha foi criada entre 1940 e 1942, a pedido de Juscelino Kubitschek, então prefeito da cidade, e encomendada aos melhores profissionais da época, no Brasil: o arquiteto Oscar Niemeyer, o paisagista Burle Marx, o pintor Cândido Portinari, os escultores Ceschiatti, Zamoiski e Pedrosa. A lagoa não se presta a atividades náuticas e o passeio é feito em torno dela, pela Av. Octacílio Lima. O conjunto compreende um jardim botânico e um parque ecológico.

MUSEU DE ARTE DE PAMPULHA. Av. Otacílio Negrão de Lima 16.585, Pampulha. Tel.: (31) 3277 -7946. Ter a dom, 9h/19h. Elegante, o prédio mistura linhas horizontais e verticais, curvas e ângulos retos. A grande janela envidraçada distribui generosamente a luz natural. Construído inicialmente para ser um cassino, foi convertido em museu depois da proibição oficial do jogo (1946). O museu apresenta coleções de arte contemporânea e acolhe regularmente, exposições temporárias.

IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS. Av. Otacílio Negrão de Lima s/n°, Pampulha. Tel.: (31) 3427 -1644. R$ 2. Para maiores de 65 anos: R$ 1. Esta jóia, assinada por Niemeyer, é um dos símbolos do modernismo brasileiro. Pousada na margem direita da lagoa de Pampulha, a igreja, com sua delicada e curvilínea silhueta, coberta de cerâmica azul, surpreende por sua pequena estatura. No interior, 14 painéis representam a via sacra e a vida de São Francisco de Assis, pintados por Cândido Portinari. A área em torno da capela tem jardins projetados por Burle Marx.

CASA DO BAILE. Av. Otacílio Negrão de Lima 751, Pampulha. Tel.: (31) 3277-7443. Ter a dom, 9h/19h. Inaugurada em 1943, a casa sediou, durante muitos anos, as festas da elite de BH. Sua fachada é interessante, pois sugere a continuidade da lagoa. Atualmente, é um anexo do Museu de Arte de Pampulha.

IATE TÊNIS CLUBE. Av. Otacílio Negão de Lima 1350, Pampulha. Tel.: (31) 3490-8400. Ter a sex, 8h/18h. A estrutura original é tombada pelo patrimônio estadual e nacional. O paisagismo é de Burle Marx e tem um painel produzido pelo artista Cândido Portinari.
PASSEIO A SABARÁ
A 20 km da capital mineira. Esta grande vila adormecida à sombra de Belo Horizonte esconde suntuosas igrejas barrocas, que vale a pena conhecer, entre outros monumentos igualmente interessantes.

IGREJA Nª Sª DO ROSÁRIO DOS PRETOS (SÉC XVIII). Olhando as ruínas da igreja, não dá para imaginar o que há por trás das paredes de pedra sem reboco, a céu aberto. A obra foi abandonada no meio da construção, quando foi declarada a abolição da escravatura, em 1888. A muralha protege antiga capela de taipa, de 1713. Na sacristia está o Museu de Arte Sacra, com peças dos séculos XVIII e XIX.

IGREJA DA ORDEM TERCEIRA DE NªSª DO CARMO (1763 – 1818). Ter a sáb, 9h/11h30, 13h/17h30. Dom, 13h/17h. Trata-se da única igreja de Sabará onde Aleijadinho contribuiu, com a execução do frontispício.
MUSEU DO OURO. Ter a dom, 12h/17h. Antiga Casa de Intendência e Fundição, o Museu do Ouro é um belo e autêntico exemplar da arquitetura colonial do século XVIII. O museu expõe incrível coleção de móveis, peças religiosas e utensílios ligados ao trabalho de mineração (ferramentas, cofres, balanças…).

IGREJA MATRIZ DE NªSª DA CONCEIÇÃO (1710). 9h/17h. Fim de semana, 9h/12h e 14h/17h. A fachada construída em pedra e cal guarda um interior suntuoso, com talhas douradas nos altares, nas colunas e nos arcos. Belíssimos, também, os detalhes orientais no retábulo dourado e vermelho da Capela do Santíssimo. A pia batismal, em pedra sabão, é obra de Aleijadinho.

IGREJA DE NªSª DO Ó (1720). 9h/17h. Fim de semana, 9h/12h e 14h/17h. A igreja de Nossa Senhora do Ó em Sabará é pequena e tem uma aparência singela, com a sua fachada simples. No interior, é esplendorosa, com uma decoração riquíssima. Suas talhas douradas são uma das obras primas da arte barroca das Minas Gerais. As pinturas, com temas chineses em ouro, sobre vermelho e azul, lembram as lacas do oriente.
COMPRAS
FEIRA DE ARTE E ARTESANATO. Av. Afonso Pena. Dom, 8h/14h. Com 3 mil expositores e 80 mil visitantes, é o mais importante mercado de rua da América Latina. Lá se vende de tudo: bijuterias, enxoval para bebê, objetos de decoração, sapatos, roupas, entre tantas outras coisas.
FEIRA DE TOM JOBIM. Avenida Bernardo Monteiro, Centro. A feira acontece aos sábados, com 85 expositores que vendem antiguidades e vários outros objetos, além das comidas e bebidas típicas.
NOITE
A vida noturna em Belo Horizonte é bastante animada. As opções vão desde shows e boates até a mais tradicional música ao vivo. Há uma infinidade de bares por lá. O centro é zona boêmia, enquanto a Savassi é tradicional ponto de encontro. Cafés, restaurantes, choperias e pubs movimentam também os bairros de São Pedro, Santo Antonio e Lourdes.